O abajur lilás
por Viegas Fernandes da Costa
Na noite do domingo (11/07) entrou em cena, no palco do “Pequeno Auditório Willy Sievert, do Teatro Carlos Gomes, o grupo de teatro “Por que não?, composto por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Sob a direção de Felipe Martinez, apresentaram ao público a peça “O abajur lilás”, escrita por Plínio Marcos em 1969.
O espetáculo conta a história de três prostitutas que vivem sob o jugo despótico de um cafetão homossexual, dono de um prostíbulo, e seu capanga, um monossilábico e frio torturador. A montagem original, realizada pelo grupo “Por que não?”, ocorria no interior de um bar verdadeiro, e os personagens interagiam com os clientes desse bar. Visando ampliar as possibilidades de circulação do espetáculo, o grupo resolveu readaptá-lo para o palco. Entretanto, o “bar” permanece no horizonte da peça, principalmente nos momentos em que o cafetão dirige a palavra ao público, intimando-o enquanto frequentador do seu estabelecimento e dos corpos das prostitutas, bem como na recepção dos espectadores, momento em que os personagens perambulam entre as poltronas a fim de interagir e provocar “possíveis clientes”.
O clima inicial criado pelos atores foi, possivelmente, a maior virtude do espetáculo. A interação com o público criou uma ambientação e uma expectativa em relação à peça que, ao se apagarem as luzes da plateia, deixou a todos em suspenso. Entretanto, a forma como os atores lidaram com o texto de Plínio Marcos e o uso dos elementos de cena, que sobravam sem uso no palco, geraram certa frustração.

Por fim, apesar dos problemas, das possibilidades não exercitadas e de certo pudor por parte dos atores, o espetáculo arrancou do público aplausos entusiasmados.
muito bom isso!
ResponderExcluirabraços,
Charles